Intervenções no estilo de vida, com ênfase em alimentação saudável e prática regular de atividade física, reduzem a incidência de diabetes tipo 2

Diabetes Melito (DM) é um distúrbio metabólico crônico, de alta prevalência, caracterizado por hiperglicemia resultante de alterações ou falhas na secreção de insulina, em sua ação ou em ambas. A condição de hiperglicemia crônica prolongada está associada ao acometimento e à falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos.

Estima-se que 8,3% da população adulta do mundo, aproximadamente 382 milhões de pessoas têm diabetes e que 50% não são diagnosticados.

No Brasil, a prevalência de DM em adulto acima de 35 anos é de 11,1% segundo dados do Ministério da Saúde Vigitel 2012, ocupando a quarta posição mundial entre os dez países com maior número de casos entre 20 a 79 anos.

A previsão para o ano de 2035 é de mais de 592 milhões de pessoas com diabetes no mundo, representando 9,9% da população adulta. Este número é crescente devido ao envelhecimento da população, urbanização, prevalência de obesidade e sedentarismo, além da maior sobrevida da pessoa com diabetes.

De difícil mensuração, os custos sociais, familiares e individuais do Diabetes, como perda da qualidade de vida, apresentam grande impacto na vida das pessoas. Muitos ficam impedidos de continuarem exercendo suas atividades profissionais, devido as complicações crônicas.

O mal controle da glicemia por longos anos leva a extensos danos orgânicos e irreversíveis nos nervos, vasos sanguíneos, rins e olhos.

Estima-se que 15-25% das pessoas diabéticas desenvolverão uma úlcera nos pés, fato agravado, principalmente nos países em desenvolvimento, pela baixa resolutividade da assistência à saúde e a falta de conhecimento dos profissionais o que leva ao número alarmante de mais de 1 milhão de pessoas com diabetes necessitarem de amputação, anualmente, sendo a grande maioria, em torno de 85%, precedida por uma úlcera de pé: a cada vinte segundos, no mundo, ocorre uma amputação em uma pessoa com diabetes.

A ocorrência de úlceras está relacionada com a neuropatia diabética (NP),

  • pela perda da sensibilidade protetora,
  • deformidades dos pés,
  • mobilidade articular limitada,
  • atrito e traumas e agravadas pela e doença arterial periférica (DAP).

A duração da doença, idade, condições sócio-econômicas, padrões de cuidados com os pés e qualidade dos calçados também são fatores de risco para ulceração. A microangeopatia periférica e infecção associada à úlcera são as principais causas para a amputação.

Medidas preventivas:

  • Alimentação saudável
  • Pratica regular de atividade física
  • Controle da obesidade
  • Controle de hipertensão arterial, dislipidemia e sedentarismo
  • Bom controle da glicemia previne o surgimento ou retarda as complicações crônicas
  • Controle do tabagismo

 

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Epidemiologia e Prevenção do Diabetes Melittus, 2015-2016, p. 1-4. http://www.diabetes.org.br/images/pdf/diretrizes.
International Diabetes Federation.     Diabetes Atlas 6 th edition 2014 update.   Disponível em http://www.idf.org/sites/default/files/SP_6E_Atlas_Full.pdf.
Ministério da Saúde – Rede Interagencial de Informações para a Saúde. Indicadores de Fatores de Risco e de Proteção. G1. Prevalência da diabete melito segundo região, 2012. Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br.def 2012.
Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e IBGE, 2010. Disponível em  http://tabnet.datasus.gov.br.def 2011.